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APAMPESP - Associação de Professores Aposentados do Magistério Público do Estado de São Paulo

Artigo – Em tempos de intolerância, é preciso lembrar: a Apampesp tem partido político e ele se chama P de Professor

Com origem na Grécia clássica, o termo democracia – demos (povo) e kratos (poder) – se refere ao poder do cidadão de participar das decisões políticas de um país. Mas este conceito não define o que é a democracia em sua totalidade. As democracias modernas criaram o Estado de Direito onde, a princípio, todos são livres e iguais, não importando a origem, a classe social, a cor, a religião ou a orientação política.

É justamente por vivermos em uma democracia que precisamos respeitar as diferenças de pensamento e de posicionamento político. Nos últimos anos, episódios de intolerância política têm se multiplicado no mundo todo. Infelizmente, não tem sido diferente na sociedade brasileira. Somente neste mês de maio, dois episódios preocupantes ocorreram com diretoras e representantes da Apampesp.

No 1º de maio, Dia do Trabalhador, a Apampesp foi convidada pela Pública – Central do Servidor Público, a qual é filiada, a participar de um evento organizado pelas centrais sindicais no bairro do Pacaembu, em São Paulo. A presença de duas diretoras da Sede Central que representaram a Entidade no evento foi o suficiente para uma enxurrada de críticas, muitas delas até de ordem pessoal, chegando a ameaças de desfiliação por parte de algumas associadas.

O comportamento intolerante não cabe em professores que exerceram durante décadas de vida o papel de educadores, de formadores de cidadãos capazes de praticar o respeito ao próximo. A agressividade e a falta de capacidade de dialogar obrigaram a Apampesp, em seus quase 28 anos de luta, a retirar uma matéria do ar, a fim de preservar a vida e a saúde mental das professoras presentes. Na mesma data, postamos uma matéria de uma reunião com a deputada estadual Valéria Bolsonaro, ligada politicamente ao Governo Federal, reforçando o caráter suprapartidário da luta política da nossa Entidade, mas nem isso foi capaz de abrir os olhos de quem não quis enxergar.

Na última sexta-feira, registramos um novo episódio de intolerância. Uma representante de Socorro esteve reunida com o deputado federal Nilto Tatto para dialogar sobre o confisco previdenciário. Mais uma vez, ameaças de desfiliação e agressões verbais. Tudo isso, inacreditavelmente, vindo de professores.

O comportamento inaceitável nos leva à pergunta: esta é a sociedade que queremos para nossos filhos e netos? Foi isto o que ensinamos para os nossos alunos? Hoje temos vários candidatos ao Governo do Estado de São Paulo, de diferentes partidos políticos.

Quem quer que esteja no Palácio dos Bandeirantes a partir de 1º de janeiro de 2023, a Apampesp precisará, mais do que nunca, estar aberta ao diálogo. Nossa Entidade é suprapartidária e se reúne com políticos de diferentes matizes políticas. Foi, é e sempre será assim. Nosso partido é o professor aposentado e é a defesa dos nossos associados que guia as decisões da Entidade, acima de qualquer orientação política. Não esqueçam: ainda vivemos numa democracia! Portanto, dialoguemos, para sermos ouvidos e, principalmente, respeitemos, para sermos respeitados.